sábado, 14 de junho de 2008

sem título

o sol nasceu
a festa acabou
o mendigo decerto ainda não acordou
o galo cantou
e ainda canta
irmanando- se à manhã que se levanta
João Cabral, Caio Fernando
Eli, Drummond.
O borbond secou,
a garota deu
não pra mim
a outra sim,
o cara bateu
o outro matou
o povo cantou
e aquele bebeu
o sangue o vômito
o lixo a solidão
o outro acordou.
e nem olhou.
o amor mudou;
no japão escureceu
e aqui a luz entrou
o dia raiou.
meu amor é o mesmo
a minha mente imaginou,
meu peito desejou
e nada aconteceu.
pelo menos hoje. a noite acabou
a madrugada passou
a estrela se escondeu
o cara bebeu bebeu bebeu
e chorou
como um palhaço sem coreto
um arquiteto sem teto
um pintor sem objeto
um andarilho sem seu traje de feltro.
Cães eletrônicos latem
na minha cabeça.
isso é justo?
cães surdos que latem!
lata.
lata- infinito.
só o infinito é mensurável.

Um comentário:

Heyk disse...

no meio dessa história tem conversas fantásticas, né?

"um andarilho sem seu traje de feltro"

"Cães eletrônicos latem
na minha cabeça"

"meu peito desejou
e nada aconteceu."

firme pá caraio.

eu tive particularmente problema com o excesso de rima iguais, tem uma hora que quabra isso.

Bom sentido