quinta-feira, 30 de julho de 2009

criticamente inviável

auto- crítica
não auto- flagelo.
sentir a dor
com gosto de caramelo
isso é para os zens,
eu nem.
aprendi a voar
foi num sonho
que vivi contigo
até despencar.
coisa mais
absurda
falar de amor
pra uma pedra surda.
na verdade não é bem assim,
eu sei, eu sei
tudo muda,
descoitado de mim.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

da série auto-ajuda

deixei o medo na última esquina.
sai e virei pra minha
que tava carente faz tempo.
me salvei por um triz,
dessa má companhia.
pensei nos momentos juntos,
eu me consolando nele,
ele me justificando
minha garganta já seca de tanta irrealidade,
esses óculos escuros que mais parecem espelhos.
um dia ele me deu porrada,
eu só queria um carinho,
do meu medo,
ele me olhou, e me acertou na cara,
disse que eu não era macho
e colocava sempre a culpa nele.
ah, foi demais,
eu quis puxar a faca
mas ele foi mais forte
quando ia acertar ele me deu outra no cangote.
aí num pude, desmaiei
e olha que dei sorte.
acordei no outro dia
um trapo, um caco
e ele ali sentado
dando a maior força pro meu lado fraco.
me pediu desculpa, eu perdoei.
ah,mas o que eu sentia, só eu sei.
e foram anos
essa relação demente
ele querendo frio, o que eu queria quente
ele deixando longe o que eu queria rente
ele fazendo sopa quando eu queria dente!
pô, e quando mais precisava de me esfriar,
quando a barra pesava, ele vinha esquentar
foi quando eu disse não
isso não presta
um cara que quer
a vida por buraco de fresta?
e a festa?
ele me conhecia,
mas o que num sabia
é que eu tinha a chave mestra
a beleza centelha da estrela na testa.
e fui, vim, deixei.
abandonei o meu medo
sem dó nem piedade.