segunda-feira, 13 de abril de 2009

já não resta nada.
agora, nem o barulho do ventilador.
a fumaça sumiu no ar de dez minutos atrás
e na varanda, mínima, ficou a impresença.
os vestígios vão como fio de luz
que aos poucos na noite sórdida
apagou o último rastro de memória.
será que minha carne se lembrará do cheiro?
será que o cheiro se lembrará da carne?
hoje, cada objeto no seu lugar.
o frio já não existe como poesia,
e a mulher saiu como se fosse outra,
outra que sempre tivera sido outra
e nos olhos o estupor de não ter sido ela; algo dela.
em meu terreno a se adentrar.
florestas tropicais
desertos e rios e aflúvios e praias e olhos e vento e ar
tudo na cartografia delirante
de um corpo movente.
e meus pêlos ainda
se lembravam de ti.

5 comentários:

carolina disse...

porque toda vez que tento achar seus blogs, não consigo?
anyway, é raro quando acho, mas sempre vale a pena ;*

Heyk disse...

tomaz,

problema seu,

peguei esse poema e vou pôr no meu blog.

quê isso rapaz. o poema é absurdo.

Dá vontade escrever quando vejo coisa boa assim.

Acaraio!

escuta, não esquenta, ninguém lê meu blog.

Abraço mano!

e ahhhhh, pega aí uns quatro cinco desse e joga na minha mão que faço pra ti e pra nós um livreto seu pra coleção, pra Peri GO!

Bjo

Camilla Rhodes disse...

'e ela se lembrará dos pelos'


ótimo texto!

Unknown disse...

essa foi uma das melhores coisas que li recentemente de alguem vivo

tomazmusso disse...

nossa! obrigado...